a ansiedade na 1ª pessoa
A causa pode ser genética, despoletada por factos marcantes da nossa infância, ou simplesmente pelo “peso” da vida..
Começamos com uma preocupação crónica com tudo o que nos rodeia, transformando-a numa ansiedade difícil de controlar… o ritmo cardíaco aumenta, temos suores e tremores.. até podemos ter ataques de pânico… os dias passam, a achamos sempre que aquilo que sentimos não era nada, ainda que saibamos de antemão o que é, mais um dia passa, e vamos “colocando mais um tijolo” no muro… até que um dia, sem estrutura os tijolos caem todos…
A nossa tensão arterial sobe de forma descontrolada, começamos a transpirar, tremer, temos dificuldade em andar…. isto é de tal forma generalizado que fica incontrolável, ao ponto de acharmos que vamos ter um avc… ate nos pode acontecer alguma coisa sim, mas tudo isto está na nossa cabeça, porque a realidade é que não nos vai acontecer rigorosamente nada… se conseguirmos manter a calma… digo isto agora, porque quando vivi esta situação, achei o oposto… quando o nosso corpo chega ao limite, a única saída é o acompanhamento médico… passamos por um período péssimo, que é a adaptação aos medicamentos, física e psicologicamente, o medo de nos sentirmos mal persegue-nos para onde quer que vamos… o esconder a situação no trabalho por causa do estigma que isto causa e das suas consequências… trabalhei todos os dias, no inicio muito aquém do que eu sou… durante uma semana e meia foi muito duro conseguir, mas teve de ser, a ultima coisa que eu queria era que a minha filha me visse em casa, incapaz…fazia pequenos percursos de carro, nunca deixei de conduzir, nem de fazer as minhas coisas, ainda que as vezes me arrastasse literalmente… estava tão focada que me ia sentir mal que so pensava nisso, consegui superar uns dias melhor que outros… fazer longos percursos de carro foi outra aventura… ao fim de quase duas semanas peguei no carro sempre com a ideia de que a solução para algum imprevisto era parar e ligar os 4 piscas… foi um progresso que foi evoluindo muito lentamente… felizmente que o pior já passou à muito.. mas ficou registado na minha memória para que eu não permita que aconteça de novo..
Falarei sobre isto mais vezes, sempre que sentir vontade, e com o intuito de ajudar quem estiver na mesma situação... porque não é um tema que goste particularmente…