foi sem querer
num dia de tanto querer, que não mais esperou, e sem receios ali ficou... os olhos escurecidos pelo tempo, e as mãos presas a uma mão cheia de nada... presas a um momento que não aconteceu, um momento que só existiu na sua cabeça... o estore fechou-se, e a cortina escureceu o quarto, lá fora um vendaval de perguntas... foi a luz tenue da vela branca, que marcou presença imóvel e incrédula, surpresa de si.
foi sem querer, sem sequer esperar que aquele dia permaneceu por vários que não existiram, que não foram... e nas idas e vindas, sem saber o caminho correto, a certeza do vazio que castra, que anula.
foi sem querer, sem sequer o perceber que terminou o que não aconteceu.