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1 Mulher

até para nascer temos que dar a volta

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até para nascer temos que dar a volta

mea culpa

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Acho que nunca conheci nenhuma mãe, a pretexto fosse do que fosse, não acabasse a achar que será culpada daquilo que não corre bem com os seus filhos. Ou porque os protegeu em excesso e eles parecem depender dela para quase tudo. Ou porque fala demais e não a levam a sério.

A frase que as mães mais usam nestas circunstâncias - "não sei se faço bem, se faço mal"... - corresponde a uma humildade verdadeira. O que é deliciosa é a forma, ora embaraçada ora terna, com que as mães dizem isto. As mães sabem onde não deviam ceder. Mas o amor de mãe acaba por "trai-las". E, quando dão conta, "estragaram" com mimos (Na verdade os mimos não estragam. Mas "estraga-se" se elas não derem às crianças as coordenadas de regras e de autonomia que, ao não acontecerem, se viram contra todos).

Nestes actos de contrição de mães, o pai faz, habitualmente, um sorriso embaraçado. Do género: "Eu não te dizia?..."  Que leva a que algumas mães se sintam como as protagonistas de algumas das "desarrumações" dos seus filhos. É claro que mãe que é mãe não divide o protagonismo da educação de uma criança muito facilmente. Mas acontece que a maioria dos pais opina mas não é claro o suficiente para requerer a paridade da educação a que tem direito.

Depois, tudo acaba da mesma forma. Alertadas para a necessidade de corrigir alguns dos seus gestos, as mães sorriem, Respiram fundo. E acabam a dizer: "Não sei se vou conseguir...". Como se contrariar o seu jeito, ora terno ora rabujento, ou falador mas condescendente, atentasse contra a sua alma de mães.

Como se nada disto já chegasse, há muitos técnicos que acham que as mães são, mesmo, "as culpadas" do que corre mal com as crianças. Logo, chegados aqui, é importante sermos claros:

É verdade que sim; as mães são as culpadas!
São culpadas pelo mimo. Pela paciência que nunca mais acaba. E pela luz com que olham.
São culpadas por serem mágicas. E por serem incansáveis. E preocupadas. E resmungonas, claro.
São culpadas por serem discretas. E, atentas! E atendendo a isso tudo, são culpadas por serem lindíssimas!
E não é essa culpa a coisa mais gostosa que mãe que é mãe tem a "obrigação" de reclamar?

Eduardo Sá

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