ser uma boa pessoa

várias vezes já me passou pela cabeça, porque continuo eu a ser uma boa pessoa? Eu não preciso de reconhecimento, mas pelo menos que me prestassem atenção... a minha intenção é sempre a melhor, e às vezes falo, falo, e não entra mesmo nada… neste caso em particular com um familiar direto, e isso deixa em mim um sentimento de impotência imenso… não tenho intenção que faça o que eu digo, mas pelo menos que pondere um pouco mais as coisas, e tire da cabeça que tem sempre razão, porque ninguém é dono da verdade.

é inegável, que nós esperamos sempre receber pelo menos alguma atenção do outro lado, mas tantas e tantas vezes isso não acontece.. mas mesmo assim, e ainda assim, estou e estarei sempre lá…

sou uma pessoa muito ponderada, e tenho como princípio, não fazer ao outro o que não gostaria que me fizessem, se isso me tem ajudado a nível de relacionamentos, não tem… mas eu sou assim.. por isso dou por mim muitas vezes a dizer à outra pessoa“não mereces uma pessoa tão boa como eu”(explico sempre porque digo isto, para desarmar logo a primeira ideia que fica).. não o digo por mal, nem por me achar o máximo, porque não é nada disso, sou somente correta, e tento sempre ver o outro lado… as vezes sou um pouco E.T., admito…

orgulho-me de ser assim, e ser boa pessoa faz parte de mim, com tudo o que isso acarreta nas várias áreas da minha vida… as coisas não me correm sempre de feição, nem de acordo com os meus actos, mas a almofada onde deito a cabeça à noite para dormir é a minha, e o que mais gosto é de ter a consciência tranquila… a minha bondade para com o outro, traduz-se na minha paz interior, e isso é precioso.

obviamente que tenho falhas, claro, e aqui e ali, no calor do nervoso miudinho estou certa que também não fui assim tão boa pessoa, mas são situações pontuais, que me fizeram crescer como pessoa e como mulher, e fizeram de mim o que sou hoje…

quando penso no meu ultimo relacionamento, penso com saudade obvio, de todos, se queria que voltássemos a estar juntos? não! foram ultrapassados limites que uma vez ultrapassados, serão sempre, pelo que não, mas a saudade existe… se tenho rancor pela forma como as coisas terminaram? não! na altura foi uma surpresa desagradável, uma decepção, mas não tenho rancor, se aconteceu, provavelmente foi para me poupar a dores maiores, porque as pessoas não mudam… só desejo para eles, o que desejo para mim e para a minha filha, a felicidade e saúde… e isto não é conversa… somos ou não somos adultos? somos pois!