Somos os responsáveis pelas nossas vidas
Somos responsáveis pelo que criamos para nós, pela família que construímos, pelo que damos de nós aos outros, pelo rumo que damos ao nosso caminho.
Quer queiramos quer não, a educação que tivemos dos nossos pais desde a infância até a adolescência pode marcar toda a nossa vida, porque são eles a referência, o modelo que nos acompanha ao longo do nosso crescimento. No entanto, não nos tira a responsabilidade que temos para connosco, que é a de sermos donos da nossa vida.
Não esqueço o frio do afecto, a recriminação, entre tantas outras coisas… infelizmente ainda convivo com isso, mas já balizo a situação de forma diferente. Esquecer? Impossível, ainda que eu saiba que não podemos continuar o nosso caminho sem curar feridas… mas eu não esqueço porque me quero lembrar sempre de como eu não quero ser.
Quando o negativo, por vezes supera o positivo, as relações familiares ficam distorcidas. O que devia ser sinónimo de união, compreensão e amor, fica só do nosso lado, porque do outro fica uma coisa estranha que não sei definir, uma forma defeituosa de amar o filho, e aos olhos dos outros, a necessidade de mostrar sempre que “somos” uma família perfeita.
Se nós somos seres imperfeitos, evidentemente poucas serão as famílias perfeitas, ainda assim, condeno que se dê a imagem contrária, só porque sim, só porque fica bem…
Aprendi com os erros cometidos comigo, imenso, e não sou nem faço nada daquilo… primeiro nós duas, depois a família directa, e o resto virá a seguir… há tempo e amor para todos… para mim é impensável viver de aparências.
Só na adolescência, e em conversa com as minhas amigas me fui apercebendo que o que eu considerava normal, era tudo menos isso, e assim aos poucos fui desmontando uma série de disparates… o que eu considerava um modelo, foi-se desmoronando.
Ninguém tem direito de nos magoar, de ser injusto, de nos castrar, nem mesmo os nossos pais.